Textos de Alberto Moreira Ferreira

Poemas do Móvel, Poesia Doutro Dia, Textos de Alberto Moreira Ferreira
Nunca consigo fugir
Superar ausências 
E vou atirando pedras à água
Se fosse porventura boa pessoa não sofria 
De solidão neste apartamento mobilado
Construído por máquinas e mão de obra 
De pobres mãos profissionais 
E lá está, se fosse boa pessoa não sentia
E jamais afastaria ao chamar
A escrever a solidão dos aparentemente 
A cova funda das fronteiras 
Das linhas ambíguas do mar 
E eu - nunca consigo fugir - e à noite
Sonho comigo e nunca tenho para onde ir
Vou atirando pedras à água e bebo vinho
Será da idade da pobreza do amor
Às vezes penso 
Quem quer comer um velhinho